Casamento: Marisa e Thiago

Quem disse que é lenda que os opostos se atraem?

Uma descendente de espanhóis, administradora, independente, morando sozinha há anos, viajada, ligada em vinhos, sabores gourmets, picantes, amargos, cinema europeu, artes, poesia…

Um nipo-italiano (ou seria mais italo-japonês?), engenheiro, morando com os pais, viajou umas vezes, detesta vinho e sabores amargos, adora os enlatados de Hollywood e quanto mais sangrento for o filme, melhor, viciado em ping-pong…

Depois de um ano e meio de namoro e quase nenhuma briga, afinal, ambos já passamos dos 30 anos e já sabemos bem o que queremos…veio o pedido de casamento!

Por incrível que pareça, ele veio depois de uma briga histórica que tivemos (repito, uma das poucas!). E após 2 anos nos casamos.

Todo o casamento foi planejado em 7 meses e deu muito trabalho…para a noiva…

Concebi a identidade visual do casamento juntamente com a Débora Cheruti da Abelha Catita e chegamos a um lindo casal de passarinhos.

Para complementar toda a papelaria, escrevi cada versinho que acompanhou o “save the date”, o convite e os marca-livros que demos de lembrancinhas.

Pintei o quadro de boas vindas, em uma tela que recebia os convidados com a expressão de bem vindos, em espanhol, italiano e japonês. Também fiz manualmente a caixinha de lembrança para os padrinhos e os kits de toillete.

Os passarinhos surgiram da minha paixão pelo meu livro de cabeceira “Fernão Capelo Gaivota” do Richard Bach. O princípio foi o de que os pássaros são seres livres para voar, afinal, ninguém é dono de ninguém e casamento não é sinônimo de posse…mas quando essas aves se encontram, se estabilizam e fazem o seu ninho.

Dois passarinhos só podiam escolher casar-se em setembro, ah, é primavera, a estação romântica! Assim, entramos na nossa festa ao som de September do Earth, Wind and Fire.

A cerimônia foi linda e diferente. Nosso padre realizou a cerimônia não através do evangelho, mas através de poesia. O ponto alto da cerimônia foi a parte que ele leu o poema “As sem-razões do amor” do Carlos Drummond de Andrade e em seguida lemos os nosso votos, escrito de todo o coração. Foi o momento mais emocionante da minha vida.

A festa foi linda! A decoração escolhida foi toda vermelha e distribuímos tsurus aos convidados. Os tsurus para quem não sabe vem da tradição japonesa e é um origami que traz felicidade, sorte e saúde.

Dançamos até os pés doerem, o cabelo desmanchar e a roupa grudar no corpo…

A festa acabou às 5:30 da manhã e a noite de núpcias foi só em Paris, pois o nosso vôo foi às 10h30 da manhã.

Afinal: “É primavera/te amo/meu amor…”