A atriz Fabíula Nascimento, que está com o ator Emílio Dantas desde 2016, utilizou a comemoração do Dia dos Pais para anunciar a gravidez de dois meninos, Roque e Raul.
A gestação gemelar da atriz se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, trazendo consigo algumas dúvidas acerca do tema. Entenda as principais características desse tipo de gravidez com informações do Dr. Nilo Frantz, especialista em reprodução humana, à frente da clínica Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, em São Paulo.
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O que é a gestação gemelar e como ela ocorre?
A gestação gemelar é aquela em que a mulher engravida de mais de um bebê ao mesmo tempo, quando dois ou mais fetos se desenvolvem simultaneamente no útero materno.
“Ela pode ocorrer de duas formas, resultando em gêmeos não idênticos, que podem ser até mesmo de sexos diferentes, e representam 80% dos nascimentos gemelares, ou idênticos, também chamados de univitelinos, que são 20% dos casos”, explica o Dr. Nilo Frantz, fundador da clínica.
Os gêmeos univitelinos são aqueles que resultam de um único óvulo, que, após ser fecundado por um espermatozoide, se divide e origina dois embriões. Como partiram da mesma fecundação, eles são do mesmo sexo e carregam o mesmo DNA, por isso nascem com características idênticas.
Caso a ruptura celular aconteça mais de uma vez, surge a possibilidade de ocorrer uma gravidez de trigêmeos ou quadrigêmeos. Além disso, o tempo de demora na divisão do zigoto vai determinar se os gêmeos irão compartilhar ou não a placenta e o saco gestacional.
Já a formação de gêmeos bivitelinos, conhecidos também como fraternos, ocorre quando a mulher libera dois óvulos ou mais, e cada um é fecundado por um espermatozóide diferente. Nesse caso os gêmeos apresentam diferenças em suas genéticas, evoluindo cada um em sua própria placenta e membrana. Ou seja, é como se fossem duas gestações diferentes, sendo compartilhado somente o útero.
Quando é possível ter gêmeos?
De acordo com estudos da Nilo Frantz, a frequência de nascimentos de gêmeos é de 1 em cada 80 e de trigêmeos é de 1 em cada 6.400, já quadrigêmeos e demais casos ocorrem uma vez em cada 512.000 nascimentos.
Normalmente, o caso mais comum é o de gêmeos fraternos, onde a mãe libera mais de um óvulo, porque, entre os fatores externos que influenciam esse tipo de gestação, a maioria está relacionada com fatores genéticos ou características da parte materna.
“A chance de uma gravidez múltipla é maior quando envolve herança genética, partos gemelares anteriores e quando a mulher possui mais de 30 anos ou utiliza medicamentos para aumentar a fertilidade. Entretanto, caso esses quesitos não sejam atendidos e a gravidez gemelar seja desejada, é possível realizar a fertilização in vitro, onde a reprodução assistida transfere mais de um embrião ao útero materno”.
Quais os riscos e cuidados necessários?
A gestação gemelar é considerada uma gravidez de alto risco que necessita de mais cuidados do que aquelas que possuem apenas um feto. Portanto, para cuidar da saúde da mãe e dos gêmeos é recomendada a realização de um número maior de consultas, para que o médico possa acompanhar o desenvolvimento dos bebês.
Nesses casos, é indicado que a frequência das consultas médicas sejam mensais do início da gravidez até o final do 2º trimestre, quinzenais durante todo o 3º trimestre e semanais por volta da 33ª, 34ª semana até o parto”, comenta o Dr. Nilo Frantz.
Entre os possíveis riscos que podem surgir em uma gravidez gemelar estão o aborto espontâneo, diabete gestacional, anemia materna e malformação fetal no caso de os fetos dividirem a mesma placenta. Entretanto, o risco mais comum em uma gravidez de gêmeos é o parto prematuro, que ocorre antes da 37ª semana em metade dos casos, tendo as chances aumentadas quando são mais de dois bebês.
“Por isso é preciso descansar bastante, já que o repouso é importante para prevenir o parto prematuro. Outros cuidados recomendados são: evitar a ingestão de bebida alcoólica e o uso de cigarros, e outras drogas, não perder nenhum dia do pré-natal e visitar o obstetra regularmente. Além disso, é preciso cuidar da alimentação e praticar atividades físicas com moderação. Essas recomendações ajudam não somente a manter a boa saúde da mãe e dos bebês como a diminuir os sintomas, que costumam ser mais frequentes e intensos na gestação gemelar”.