Engraçado como o tempo realmente passa rápido. Quando me dei conta já estava com 28 semanas (no sétimo mês) de gestação, e com isso entrei na última etapa, o tal do terceiro trimestre.
Minha barriga já estava imensa, pra dormir eu tinha todo um ritual de arrumar almofadas ao redor de mim, e foi bem nessa fase que descobri que estava com diabetes gestacional.
Alimentação
Apesar da diabetes ter lá seus riscos, acho que no fim das contas extraí o melhor da situação para poder me cuidar mais. A recomendação médica nesses casos é uma dieta com açúcar e carboidratos bem controlados. Bem sabemos que coisas integrais engordam também, mas como eu tinha que controlar a quantidade, acho que isso acabou sendo um ponto positivo na reta final.
Claro que ganhei peso, mas penso que se não tivesse que seguir uma dieta, provavelmente eu teria engordado MUITO mais do que deveria.
Fotos: Bruna Sarturi
Desconforto
As mudanças no corpo começam a ficar mais aparentes. Pelo menos pra mim. Aquela barriguinha linda começou a virar um barrigão. Minha mobilidade começou a ficar muito limitada. Ruim pra abaixar, ruim pra andar porque a barriga pesa, ruim para alcançar as coisas, ruim pra achar uma roupa que fique legal, xixi vááááárias vezes na madrugada.
Essa fase eu confesso que desisti de me preocupar com a aparência. Em casa aderi aos pijamas e moletons do marido que são bem maiores e mais confortáveis que os meus.
Ansiedade e cansaço
Aí todo mundo diz “aproveite o barrigão, depois que passa dá a maior saudade”. Acredito nisso mesmo, acho que depois do nascimento do bebê, a mãe deve sentir falta dos chutinhos e mexidelas que eles dão, existe até um nome pra isso, a síndrome da barriga vazia. Mas confesso que com a barriga pesada, minhas pernas já não estão suportando tanto o peso, fico sem fôlego quase o tempo todo e com isso bate uma vontade louca deles nascerem logo pra eu poder voltar a ter domínio sobre o meu corpo.
Mas, apesar de tudo, vamos combinar que sentir as mexedelas do bebê (ou bebês no meu caso) é sempre uma delícia. Eles já escutam e respondem quando a gente fala, você consegue ver os pézinhos e mãozinhas contra a barriga, e no fim das contas isso acaba valendo cada segundo ♥
A escolha do parto
Com os meninos pesando mais de 2 kilos cada, já é possível escolher o tipo de parto que eu queria. Eu ponderei muito e acabei decidindo pela cesária, por vários motivos.
No resumo na história, o Tomás (que será o primeiro a nascer) está de cabeça para baixo. Ótimo, aliás perfeito para o parto normal. Porém, o Vicente está sentado e existe pouca chance dele se virar. Meu médico disse que neste quadro é possível ter parto normal se eu quiser, mas quando chegar a hora do Vicente nascer, é preciso fazer aquela manobra pra ele virar. Até aí tudo bem, mas o problema é que ele pode não querer virar, e com isso eu sofro, o Vicente sofre e eu ainda corro o risco de ter um filho de parto normal e o outro por cesária.
Além disso, como meus gurizinhos estão grandes (no peso e tamanho equivalente ao de uma gestação de um bebê só), não podemos desconsiderar a possibilidade da laceração perineal no parto normal. Aí pensei comigo, já pensou se eu tenho a laceração no parto normal do Tomás + o corte da cesária do Vicente? Como essa hipótese não pode ser descartada, achei melhor encarar a cesária.
Com isso resolvido, meu médico determinou que a cesária fosse marcada após a 38° semana. Como na gestação de gêmeos tudo pode acontecer, a partir da 33° eu já comecei a me poupar, repousando o máximo possível para que aguentem firme até lá. Pode acontecer deles virem antes, já estou com as malas preparadas para qualquer sinal de trabalho de parto, mas quero muito que eles aguentem firme até o finalzinho, pra garantir que eles possam nascer e voltar pra casa com a gente, sem precisar passar pelo UTI Neo.
E para quem pediu foto do barrigão, olha ela com 33 semanas.