#Vamos sacudir a poeira dessa playlist aqui do meu diário de gestação… Pra quem não sabe, eu sou mãe de gêmeos, e hoje vou contar um pouquinho sobre como foi esse período pra mim.
O parto
O Tom e o Vi nasceram no dia 27/08/18 e eu optei pela cesária. O primeiro motivo foi porque eu tive uma gestação de risco e meu médico não deixava eu fazer absolutamente NADA de esforço, desde o comecinho da gestação. Teve um período inclusive que precisei ficar em repouso absoluto por 15 dias com limitação até pra tomar banho. Então pensei comigo: Como que eu vou encarar um parto normal de gêmeos se eu não tenho fôlego nem para abrir uma janela.
O segundo motivo é porque o Tomás (que era o primeira a sair) estava de certa forma posicionado, desde o começo, mas o Vicente estava sentado, e aí precisaríamos fazer uma manobra pra ele virar. Se essa manobra não desse certo, eu correria o risco de ter um filho de parto normal e o outro de cesária. Além disso, os meninos eram grandes e então eu morria de medo da tal laceração do períneo… Ou seja, seriam muitas preocupações de pós parto para me preocupar.
No dia do parto, eu acordei super tranquila, fui para o hospital, fiquei bem, até até entrar na sala de cirurgia… Quando eu vi o tamanho da equipe médica que iria participar eu fiquei super nervosa. Era MUUUUITA GENTE! Isso acontece porque em parto de múltiplos a equipe quase dobra, pra atender os bebês e a mãe tudo de imediato.
Felizmente tudo correu super bem, e a minha recuperação no pós parto foi super tranquila. Claro minhas limitações de movimento, mais minha cicatrização foi tão boa que quase nem dá pra ver o corte 3 anos depois.
Saindo da maternidade a gente tinha um graaaande desafio pela frente. Começando por aprender a segurar um bebe no colo.. Eu tinha zero experiência com bebês. Eu era aquele tipo que nunca segurava recém nascido com medo do bebê esfarelar no meu colo…
O bom e que a natureza é sabia e quando você se torna mãe ou pai, seu cérebro entra num estado de raciocínio que te orienta mesmo você não sabendo direito o que está fazendo. Você aprende muito rápido.
Rotina em casa
Eu e o Gabe já trabalhávamos em casa por opção. Esse era o nosso plano. Trabalhar em casa, ter filhos, cuidar deles durante toda a primeira infância. Levando em conta esse cenário, não pedimos ajuda pra ninguém nesse comecinho. (A ajuda que digo aqui é aquela clássica das avós passando um tempo em casa para ajudar a cuidar dos bebês). Eu não tive licença maternidade porque sou autônoma e o Gabriel organizou o cronograma da empresa para ficar 30 dias sem trabalhar, pra que a gente pudesse só ficar em função dos meninos.
Quando as coisas apuravam , minha mãe vinha eventualmente passar a tarde com a gente, pra ver os netinhos e pra dar uma força pra gente. Aí eu aproveitada pra tomar banho, comer com calma, descansar.
Alimentação
Antes do nascimento dos meninos, nós deixamos muiiita comida congelada (preparada por nós) , para garantir refeições rápidas. E quando o estoque baixava, também recorríamos as marmitinhas dos restaurantes pertinho de casa.
Amamentação
Eu estava disposta a amamentar os meninos no peito independente do quanto isso fosse difícil pra mim. No começo eu colocava os dois no peito pra “poupar tempo” mas confesso que isso não deu muito certo. Eles vão se amontoando e fica desconfortável pra todo mundo. Então resolvi amamentar um por vez e assim passava horas e mais horas por dia com eles pendurados em mim.
O problema é que com o passar de alguns dias o Vicente estava perdendo peso e o Tomás tinha fome toda a hora. Além disso eu me sentia febril e com muita dor nas costas todos os dias, lá pelo fim da tarde. Resultado: descobri que eles estavam passando fome, meu leite obviamente não era suficiente para os dois e meu corpo estava definhando com isso.
Então combinei um esqueminha de amamentação com a pediatra dos meninos: quando um mamava no peito, o outro mamava na mamadeira. Assim ninguém ficava com fome e eu me recuperaria fisicamente. Aos pouquinhos eles foram recuperando o peso e eu pude descansar mais.
Privação de sono
Eu sou bem dorminhoca e achava que essa seria a parte mais difícil da coisa.. Mas como eu estava preparada para o caos e para a guerra e por isso não achei tão ruim assim. Sempre que possível eu tirava umas sonecas para me recuperar do sono da madrugada e como os meninos eram bem quietinhos e dorminhocos, era fácil correr atrás do prejuízo..Entre uma soneca e outra, eu aproveitada para dormir, trabalhar, tomar banho, comer, etc…
E ao contrário do “habitual que se sabe” era a gente que tinha que colocar o despertador para as mamadas da madrugada Se não fosse assim eles dormiam a noite toda … e nesse comecinho é muito importante que as mamadas sejam mais ou menos de 2 em 2 ou 3 em 3 horas, para que os bebês ganhem o máximo de peso possível.
Depressão por parto
Eu era a pessoa que tinha certeza que teria uma bela depressão por parto. Isso porque quando você tem filho é literalmente aquela coisa do “toma que o filho é teu” é uma grande quebra de ciclos.
Mas acredite ou não, eu consegui lidar com tudo isso muito bem. Eu acho que isso foi possível pelo fato de ter o apoio da minha mãe e de grandes amigas que me contaram como e a maternidade real .
E é isso.. Espero que tenham gostado de ler =*